Não sei bem quando tudo começou. Talvez tenha sido no jornal O Radar, de Apucarana (PR), da sensacional Dona Rosemary Lopes Pereira, mais conhecida como Dona Rose do Jornal, que meus primeiros contatos com a fotografia se deram. Creio que foi mais por curiosidade e incentivado pelo excelente fotógrafo Bernardo, um artista excêntrico da fotografia, que levava suas fotos para serem publicadas. Também e muito provavelmente por conta da Simone Scandiuzzi, secretária e diagramadora do jornal, que eu via trabalhando e ficava sempre admirado pela qualidade com que construía as 52 páginas do O Radar, tratando e encaixando cada foto no seu devido lugar.

As capas do jornal eram sempre destacadas por fotografias, verdadeira obras de arte, dos fotógrafos que colaboravam mensalmente com cada edição. Minhas primeiras fotos foram com uma câmera de filme de rolo, uma Kodak do jornal, que a Dona Rose tinha um ciúme danado. "Cuidado com essa câmera menino!" sempre me dizia ela. E, assim, aos poucos meu interesse pela fotografia foi crescendo. Pegava a Kodak emprestada e passava o final de semana fotografando.

Em todas as festas, aniversários, eventos e encontros com amigos. lá estava eu com a Kodak velha de guerra clicando tudo e a todos. Até que anos mais tarde caiu em minhas mãos uma Canon PowerShot SX500s digital. Mas nessa época já não estava mais no jornal. Infelizmente ele fechou as portas e a Rose veio a falecer deixando um tremendo vazio no meu coração. De verdade, ela foi a minha segunda mãe. Aprendi muito graças a ela e a sua paciência. Que saudade!

De lá para cá, se passaram mais de 20 anos e a minha paixão pela fotografia foi crescendo, crescendo, me fazendo estudar e aprender mais e mais para fazer fotos cada vez melhores. Comparando com o início as minhas fotos de agora estão muito melhores, mas ainda tenho um longo caminho para chegar ao nível que tanto desejo.

A fotografia é uma arte, talvez uma das mais incompreendidas pelas pessoas e uma das mais difíceis. A maioria das pessoas pensa que basta pegar uma câmera ou um celular e sair clicando e pronto, já é um fotógrafo. Infelizmente não é assim não.

Para mim, fotografar é igual a fazer amor, é sentir a câmera como parte do meu corpo, uma entrega, uma troca, para poder capturar a cena de acordo com o que estou vendo e sentindo no momento. Acredito mesmo que a fotografia é pura magia, uma espécie de poesia.

Se conseguir com que os outros sintam e vejam tudo isso nas minhas fotos me dou por realizado. Não é a fotografia que importa, mas sim o que ela pode despertar em cada um de nós. Gostaria imensamente que vissem os meus trabalhos expostos aqui neste site. Postei fotos de todas as minhas fases para que possam fazer suas comparações e me enxergar em cada detalhe dessas fotografias. A vida passa rápido e por essa razão quero deixar tudo o que vejo registrado. Pode parecer besteira, e quem sabe seja mesmo, uma besteira prazerosa de fazer e compartilhar.